quarta-feira, 1 de abril de 2009

Sem pudor

Sedução

Dentro de mim mora o animal
indômito e selvagem
que talvez te faça mal

talvez uma faísca
relâmpago no olhar
depressa como um susto
me desmascare o rosto
e de repente deixe exposto
o meu pior

em mim germina
uma força perigosa
que contamina
uma paixão vulgar
que corta o ar e que
nenhum poder domina

explode em mim
uma liberdade que te fascina
sopro de vida
brilho que se descortina
luz que cintila, lantejoula
purpurina
fugaz como um desejo
talvez te mate
talvez te salve
o veneno do meu beijo.
.

.
Voltei pra casa com a saia do avesso.
Pequenos sinais, evidências;
Esqueço sempre em algum lugar
Minha prudência.
Bom comportamento nunca foi meu ponto forte.
Minhas contradições se digladiam,
Sobrevivo de um instinto que me empurra
Para lugares onde moças não iriam...
Sou tantas, e a cada dia uma.
Quero da vida todas e mais algumas,
Ir fundo em todas essas personagens.
Gosto de descobrir todas as pessoas das pessoas,
E sobretudo gosto das pessoas
E é a elas que dedico essa viagem.
Bruna Lombardi
.
.
.
Hoje acordei assim...

2 comentários:

Menina Robô disse...

Dentro d mim também mora um animal...

Abraços e vamos VIVER!

Bjokas =*

Ahh adoro Gustav Klimt

felicia disse...

"Existe um ser que mora dentro de mim como se fosse a casa dele, e é. Trata-se de um cavalo preto e lustoso que apesar de inteiramente selvagem - pois nunca morou antes em ninguém nem jamais lhe puseram rédeas nem sela - apesar de inteiramente selvagem tem por isso mesmo uma doçura primeira de quem não tem medo: come às vezes na minha mão. Seu focinho é úmido e fresco. Eu beijo o seu focinho. Quando eu morrer, o cavalo preto ficará sem casa e vai sofrer muito. A menos que ele escolha outra casa e que esta outra casa não tenha medo daquilo que é ao mesmo tempo salvagem e suave. Aviso que ele não tem nome: basta chamá-lo e se acerta com seu nome. Ou não se acerta, mas, uma vez chamado com doçura e autoridade, ele vai. Se ele fareja e sente um corpo-casa é livre, ele trota sem ruídos e ai. Aviso tambem que nao se deve temer seu relinchar: A gente se engana e pensa que é a gente mesma que está relinchando de prazer ou de cólera, a gente se assusta com o excesso de doçura do que é isto pela primeira vez."
(C.Lispector)