terça-feira, 8 de setembro de 2009

Não da pra fugir. Menos ainda fugir de mim, dos meus erros e vergonhas, dos meus tropeços e enganos. Se não desejo fugir do que acende a vontade que existe agora, fugir dos meus prazeres, pensamentos e palavras, não vou não. É certo que o caminho não tem volta. Nunca há. Posso inventar um sorriso, simular uma alegria, tentar provocar a sensação de bem estar expurgada, extraída, extirpada de meu involucro epidérmico. Mas voltar atrás, não da não. Querer precisar, usar de exatidão, denominar, povoar a ideia ou imagem de um ser em transformação, não da não. Da pra viver um minuto após o outro. Pode ser que não. Então pra que essa exigência de títulos, essa necessidade de orgulho? Hoje é, amanhã não. "Não penso que seja necessário saber exatamente o que eu sou. O mais interessante na vida e no trabalho é o que permite tornar-se algo de diferente do que se era ao início. Se você soubesse ao começar um livro o que se ia dizer no final, você crê que teria coragem de escrevê-lo? Isso que vale para a escrita e para uma relação amorosa, vale também para a vida. O jogo vale a pena na medida em que não se sabe como vai terminar." Paul-Michel Foucaul

Um comentário:

Nat disse...

Lindo o texto!
Sinceros parabéns!!!

Saudades daqui, e de você!!

Beijo grande!